sábado, 21 de fevereiro de 2009

He's ordinary.

Troquei um post por uma história que está esquecida, literalmente. E nessa onde você é o principal personagem, está no lugar certo. Talvez eu tenha achado que seria capaz de chegar ao fim. Seria o primeiro, que incrível. Mas isso é seu, e não posso perder tempo falando da ‘Corre Pordeus!’. Não sei se posso passar de elogios, pois mal nos falamos direito. Mas o pouco tempo que conversamos, brincamos, eu posso passar do limite de vinte e uma linhas. Arriscando e acertando. Ah, moleque, dos famosos textos que tiram risos de seja lá quem for. Especial Um, no ar. Era mais ou menos nove ou dez horas da noite, em pleno domingo, e eu escrevendo cada coisa. Jogando fora os meus erros. Lembrei do seu post, sem nenhuma palavra, inspiração ou conhecimento, lembrei de um dia tedioso, que a conversa podia ler assim:
- E aí, tudo bem?
- Aham, e tu?
- Também.
- Hm...
- É, né.

Silêncio, música e pensamento. Viramos uma dupla, logo, criamos uma música que tinha apenas um verso. Ou uma rima, como quiser achar. Cajú e Castanha, versão Rick e Vini. Depois ficou tudo parado entre nós de novo, normal, né. Era final de semana, eu acho. Sinceramente, eu não sei o que você tem na cabeça. Mas por incrível que pareça, não posso negar que eu admiro isso. Bom, acho que ta clichê demais pra continuar. Fazer o quê, né, hoje é sábado, e é de noite.

Especial Dois, no ar!
Sabe, há algo que eu não poderia esquecer de falar. Brincadeiras. Juro que esse dia foi o que eu mais ri, o que você tem, eu não sei. Mas é um garoto fantástico. E por mais que a gente não se fale tanto como eu gostaria, tudo bem, daqui pra amanhã tem tempo. Eu sei esperar, garoto.

Um pior que o outro, não acha? Eu sei. Com o tempo melhora.

Beijos, Vinicius.

What I can provide, not what I wanted.

Tiraram-me tardes, noites e madrugadas. Proibido. Deixei de andar com ele. Larguei. Era um vício quase inevitável, que como todos os outros, é quase impossível de largar. Mas após terapias em grupos, idas a cultos de domingo, conseguimos finalmente esquecer tudo isso. Caímos nas tentações de vez em quando, e logo, sofremos as consequências. Lutamos. E eu que me julguei forte, e capaz de vencer cada batalha proposta, cada luta, enfrentar os maiores obstáculos. Perdi a noção do que é realidade, me prendi a um mundo completamente diferente do qual estou acostumado. Mudanças absurdas. Eu que sempre costumei ser o melhor para todos, não olho mais para a janela, observando por trás de algumas árvores e um colorido céu. Com nuvens, sem nuvens. Esperava uma hora exata, e anunciava o mais lindo momento do dia, o que sempre esperei. Só pra lembrar de um olhar incrível. Simplesmente incrível. Deixei. Contando cada minuto, olhando por cinco. Subindo escadas, sentando em telhados. Um celular ao lado, uma câmera em mãos. Um sonho na cabeça, um relógio no pulso. Memórias que voltam com toda sua força, lembrança de momentos (in) esquecíveis. Esquecendo de tentar, ou não tentar. Apenas observando. E contra isso, luto. Forças. Sem perder as esperanças de que um dia eu possa voltar a tirar da gaveta meu tão odiado celular, o esquecido. Ou o que deixei por medo. A caminho do pior lugar que já costumei ir quase diariamente, olhando sem desviar o olhar do meu relógio. Meu odiado relógio. Mostra horas, e tudo o que me resta. Se restar. Camisa social, e belos sapatos. Não irei ficar triste ou abatido com o que ele me falar, estarei bem vestido, para tudo. Mesmo não-sorrindo. Segredo. Entre uma viagem e outra, uma parada. Um posto, uma loja. Um saco. E o que eu não tenho mais, tiram o que eu posso ter. Jamais se lembram. Tempo. Odiando horas marcadas, um lugar a mais acima de casa. Jogando tudo fora. Odiando o relógio, o celular e tudo que faz lembrar o final da tarde. Mudando. Cobrindo os vidros, ou saindo de perto das janelas. Fechando cada pequeno espaço que não empeça do sol entrar, ou literalmente, invadir. Evitando. E no final, tudo o que me resta é o fim de um belo começo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Heart beats.

O coração é um músculo com várias cavidades localizadas no centro do tórax. Eu tinha acabado de chegar da Colúmbia, danceteria de São Paulo, ali entre a Augusta e a Estados Unidos. A função do coração é bombear o sangue para o corpo, suprindo as células com nutrientes e oxigênio. Logo que cheguei tomei uma cerveja. Me encostei no balcão e procurei por algum conhecido. Ninguém. Uma parede muscular chamada septo divide o coração em dois lados, o direito e o esquerdo. Válvulas dividem cada um desses lados em duas câmaras: átrio e ventrículo. Passei do primeiro ambiente do Colúmbia para o próximo. Cumprimentei algumas pessoas e resolvi dar uma espiadinha no terceiro e último ambiente: a pista de dança. Quando o músculo cardíaco se contrai, ele força a passagem do sangue dos átrios para o ventrículos – e destes para fora. Forcei os olhos para enxergar algo, mas a estroboscópia já estaca a toda. Voltei, quase surdo e um pouco cego para o segundo ambiente. O sangue oxigenado, vindo dos pulmões, flui das veias pulmonares para o átrio esquerdo e, através da aorta para todas as partes do corpo. Estava sentado sozinho na mesa do canto, tomando outra cerveja, quando, vindo lá da entrada, você passou pela porta. Cabelo curto, vestido vermelho, botas pretas. Sangue desoxigenado, retonando dos tecidos do corpo flui da veia cava paro o átrio direito, depois para o ventrículo direito e através da artéria pulmonar, para os pulmões – de forma a ser reoxigenado. Você logo foi para a pista de dança e, através de várias pessoas (a casa lotou de uma hora para outra), segui seu vestido. De forma que vi perfeitamente quando começou a dançar sozinha, à direita da pista. O batimento cardíaco se dá através da seguinte sequência: diástole do átrio, sístole dos átrios e finalmente sístole dos ventrículos. A minha aproximação se deu através da seguinte sequência: firmeza no olhar, doçura nos olhos e finalmente passos desajeitados bem ao meu lado. O coração em repouso, bate de sessenta a noventa vezes por minuto, mas a frequência cardíaca pode atingir mais de duzentos batimentos por minutos durante exercícios físicos. Dançamos, dançamos e dançamos. A alça do seu vestido caía toda hora. Você ajeitava de vez em quando (menos do que deveria e mais do que eu gostaria), mas sua mão sempre voltava a ficar em volta do meu pescoço e, dessa maneira continuávamos dançando, dançando e dançando. A frequência cardíaca sobe em caso de excitação e situações de estresse. Eu não estava nem um pouco estressado. Nem você. Mas meu coração vibrava quase tanto como as caixas de som. Sentia a batida dos graves bem aqui no meio do meu peito. Atenção pericárdio fibroso, pericárdio seroso e cavidade pericárdica. Atenção epicárdio fibroso, miocárdio, endocárdio e trabécula. Atenção frágeis paredes do meu coração preparem-se. Estávamos saindo do Colúmbia. Estávamos – a garota de vestido vermelho e eu – passeando de carro, ficamos apaixonados em alta velocidade, por essas artérias e veias da cidade.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Before and after.

Einstein passou à História por provar que tudo é relativo, mas disso sabe qualquer garoto: as fases ditas a uma criança são exatamente o contrário do que ela ouvirá trinta anos depois. Basta comparar os textos abaixo, para que a gente se convença de quanto é absurda a loteria da vida. Para a infância, não há nada mais diferente que o "antes" e o "depois".

Na infância.
Come, guri. Se você não comer, vai acabar doente. Anda, come o bife, está tão bom. Olha, se você comer, nem que seja a metade, eu te compro o Ferrorama.

Trinta anos depois.
Mas você já está comendo de novo? Recém jantou e já está na geladeira? Mas que vergonha, homem. Olha a tua barriga. Coisa mais indecente. Quando é que vai dar um jeito nisto? Sei, sei, amanhã começa a dieta. Já ouvi essa história mil vezes.

Na infância.
Vai ao colégio, sim. Que história é esta de ficar em casa? E nem vem me dizer que você está com febre, porque é mentira. Tem de ir ao colégio estudar e ser alguém na vida.

Trinta anos depois.
Faculdade? Depois de velho você quer voltar pra faculdade? Desista, meu caro, sua cabeça não dá mais, você tem que ficar no seu emprego, que além de tudo é tranqüilo. E depois, para que quer você um diploma? Pra ser mais um profissional liberal desempregado? Nada disto. Não vai para a faculdade, não. Fica em casa, que é melhor.

Na infância.
Olha aí, todos os teus brinquedos espalhados pelo chão. É por isso que você perde e quebre tudo. Olha: se você não juntar esses brinquedos em um minuto vai tudo para o lixo, ouviu? Para o lixo ou para o filho do zelador. Você não sabe valorizar as coisas que tem. Está na hora de aprender. Essas coisas custam dinheiro e dinheiro não se acha na rua.

Trinta anos depois.
Essa sua obsessão pela ordem, pela limpeza é apenas uma defesa contra a ansiedade. No fundo você é uma criança desamparada querendo harmonizar as partes em conflito de sua mente. Mas por hoje vamos ficar por aqui. A propósito: a partir da semana que vem vamos ter um aumento. É esse processo inflacionário que estamos vivendo. As coisas estão custando um dinheirão.

Na infância.
Agora chega. Desligua esta TV e vai dormir, anda. Amanhã você precisa levantar cedo pra ir ao colégio. Não, não tem nada de mais cinco minutinhos. Você ferveu o dia inteiro, agora tem de descansar.

Trinta anos depois.
Dormir? Você já vai dormir? Mas você não tinha dito que iríamos ao cinema hoje? Está bom, eu sei que você teve um dia cheio no escritório, que está cansado e com dor de cabeça. Mas a gente também precisa se divertir um pouco. Faz um mês que não saímos de casa. Foi para isso que a gente casou? Quando éramos noivos, você não queria saber de dormir, sempre dizia que a noite era uma criança e que ainda dava para fazer mais programa. Vamos lá, homem, te veste e vamos sair.

Na infância.
Nada disto. Você não vai andar de bicicleta. Agora está na hora de jantar. Além disto andar de bicicleta é perigoso. Você passa na entrada de garagens, vem um carro dirigido por um desses malucos que andam soltos por aí, te atropela e era uma vez um menino.

Trinta anos depois.
Você precisa fazer exercício, meu caro. Você leva uma vida muito sedentária, todo o dia sentado numa cadeira, no escritório. Isto é perigoso. Afinal, você já entrou na faixa etária. E exercício é bom para descarregar a tensão. Por que você não anda de bicicleta, por exemplo? Olha, até que é divertido.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Very bad luck.

Hoje eu apostei com o Josh que terminava de ver Prison Break antes da globo ou qualquer outro programinha aí. Eu consegui até quarta-feira, e fique super feliz.
Ah, tô chegando, Josh.


Eu aluguei outro dvd, achando que sairia na frente e ganharia. Ah, garoto sonhador. No dia seguinte meu lindo dvd não liga, foi legal. Eu paguei um filme que não assisti. É o terceiro, da próxima vez eu compro um Drive, que sai mais barato, com certeza.

Beleza, sem dvd até criar vergonha na cara - e dinheiro no bolso - e comprar um bom, de verdade. Não esses vagabundos que a gente nunca nem ouvir falar, tipo, Days. É tipo, egiste? Eu compro Dvd de 80,00 reais pra baixo, por que se não prestar eu não fico falando "Puta que pariu, gastei tanto num troço desse que nem prestar presta" Se eu não gasto muito, eu fico feliz.


Minha mãe me chamou de pão duro, mão de vaca e um monte de coisa. Mais e daí? Ela mal paga as coisas pra mim, não pode reclamar.

Room 15.

Eu não bebo desde o ano novo, aliás, eu nem bebo. Também não fumo, Deus que me livre, fumar é podre e é o caminho do inferno, é isso aí. Eu tomei um porre com quinze anos, ou seja, ano passado. Eu perdi a chave de casa e fui dormir na casa do Josh, no caso, meu 'vizinho de frente'. Josh tem 17 anos, um ano mais velho que eu. Foi numa festa em 2007 em sua casa que eu bebi umas latinhas de cerveja, red Bull e alguns goles de vodka. Tive que passar dois dias em sua casa para poupar minha mãe de um ataque de nervos e quebrar minha cara. O Josh também fuma, quando está nervoso, ele anda com uma carteira com apenas cinco cigarros, quatro deles são lights. Mais na verdade ele nem fuma, é só pra não passar da conta. Há alguns anos eu descobri que tenho problema respiratório e ele me ajudava muito fumando ao meu lado. Quarta-feira minha mãe me fez uma surpresa de me levar ao médico, a gente estava voltando do Evolutivo Capital, pra ver se eles me aceitam de novo. Tá foi um fracasso, mais e daí? Aquilo tudo vai falir mesmo, só não espero que seja agora. Então, sem mais nem menos ela me puxa para dentro do hospital. Fazias meses que eu não passava perto de um. Hospital tem um cheiro um, e tem mais possibilidades de ficar doente lá dentro do que fora. Eu parei de tomar meu remédio desde o ano passado, pra falar a verdade, eu não gosto dele, é amargo. Mesmo assim, eu odeio ficar tomando remédio todos os dias, odeio. Emanoel falou que eu piorei, e que se eu não tomasse remédio teria que voltar ao hospital, umas vez por semana, ou se ficar pior, terei que fazer daquilo minha segunda casa. Como fiz quando tinha oito anos, passei três meses lá, comida de hospital é horrível. Eu mandava minha mãe fazer a minha. Eu voltei a tomar remédios quarta-feira a tarde e quinta-feira, hoje, amanhã e por aí vai. Eu tenho azar, só pego médicos homens. Mas eu não esqueço da Karen, um dia eu vou lá pra ela ver meus batimentos, quem sabe ela pode tirar minha blusa pra escutar melhor, por isso que quando é mulher eu vou com duas. Ele me receitou dois remédios, e uma bombinha, caso eu piore. O pior é que eu tenho que levar ela sempre. Ah, mas isso não é pra mim. Espero que eu nunca precise usar isso. Seria horrível. Imagina eu ter que ficar vendo aquele cara toda semana!? Que azar o meu. Eu mandei o Josh parar de fumar, troquei seus cigarros comuns, por lights. Só assim ele para.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Thursday.

Virei um faz-tudo e continuo ganhando o mesmo.
Nunca, nunca acredite em propostas familiares, elas não prestam. Muito menos que inventa um monte de besteiras para você criar planos e bum, não dá em nada.

Nunca acredite quando algum parente lhe pedir algo emprestado e falar que vai devolver no dia seguinte. Pablo, você é um desgraçado.

Ir pegar criança na escola sozinho em plena quinta-feira com uns 30ºc é foda. Imagina voltar nesse calor, com uma criança em um ônibus. Lotado de alunos do seu futuro colégio chato e monótono.

Consegui meu lindo e cromado Pen Drive por apenas quatro reais. Ah, quem dera, foi só a entrada, mais deixa. Luciano, obrigado, mas não venha me cobrar.

Não perca Grey's Anatomy hoje. Boa noite.