sábado, 21 de fevereiro de 2009

What I can provide, not what I wanted.

Tiraram-me tardes, noites e madrugadas. Proibido. Deixei de andar com ele. Larguei. Era um vício quase inevitável, que como todos os outros, é quase impossível de largar. Mas após terapias em grupos, idas a cultos de domingo, conseguimos finalmente esquecer tudo isso. Caímos nas tentações de vez em quando, e logo, sofremos as consequências. Lutamos. E eu que me julguei forte, e capaz de vencer cada batalha proposta, cada luta, enfrentar os maiores obstáculos. Perdi a noção do que é realidade, me prendi a um mundo completamente diferente do qual estou acostumado. Mudanças absurdas. Eu que sempre costumei ser o melhor para todos, não olho mais para a janela, observando por trás de algumas árvores e um colorido céu. Com nuvens, sem nuvens. Esperava uma hora exata, e anunciava o mais lindo momento do dia, o que sempre esperei. Só pra lembrar de um olhar incrível. Simplesmente incrível. Deixei. Contando cada minuto, olhando por cinco. Subindo escadas, sentando em telhados. Um celular ao lado, uma câmera em mãos. Um sonho na cabeça, um relógio no pulso. Memórias que voltam com toda sua força, lembrança de momentos (in) esquecíveis. Esquecendo de tentar, ou não tentar. Apenas observando. E contra isso, luto. Forças. Sem perder as esperanças de que um dia eu possa voltar a tirar da gaveta meu tão odiado celular, o esquecido. Ou o que deixei por medo. A caminho do pior lugar que já costumei ir quase diariamente, olhando sem desviar o olhar do meu relógio. Meu odiado relógio. Mostra horas, e tudo o que me resta. Se restar. Camisa social, e belos sapatos. Não irei ficar triste ou abatido com o que ele me falar, estarei bem vestido, para tudo. Mesmo não-sorrindo. Segredo. Entre uma viagem e outra, uma parada. Um posto, uma loja. Um saco. E o que eu não tenho mais, tiram o que eu posso ter. Jamais se lembram. Tempo. Odiando horas marcadas, um lugar a mais acima de casa. Jogando tudo fora. Odiando o relógio, o celular e tudo que faz lembrar o final da tarde. Mudando. Cobrindo os vidros, ou saindo de perto das janelas. Fechando cada pequeno espaço que não empeça do sol entrar, ou literalmente, invadir. Evitando. E no final, tudo o que me resta é o fim de um belo começo.

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