domingo, 30 de agosto de 2009

Anjos e um réu fazem prevalecer o amor.

O baixo sussurro em meu ouvido me fazia tremer. Podia senti-la tão perto de mim. O ar quente me gelava. Eram palavras doces, uma voz de veludo. Estávamos deitados no gramado numa tarde de sábado. Não havia nuvens no céu, ele estava tão azul quanto qualquer coisa. Ela estava tão perto de mim, eu já não sentia frio. Apenas ouvia ela repetir no meu ouvido que me amava. Estávamos deitados à sombra de uma grande árvore. Eu a aquecia, estava com um braço em volta de si. Silêncio por alguns minutos.

- Eu te amo. – disse a ela.

- Quanto?

Dei de ombro. Como explicar? Ela me pegara de surpresa. Eu sabia que faria qualquer coisa, sabia que a amava mais do que qualquer coisa, sabia que seria impossível fingir algo diferente. Era amor, eu sabia. Eu sentia. Como o universo, como o céu ou até mesmo o mar. Algo impossível de ser medido, de ser explicado.

- Mais do que você pode imaginar.

Ela se calou. Olhava o céu naquele fim de tarde. Olhava as nuvens passarem lentamente, pensava.

Com os olhos fechados, ela me agarrou de uma forma doce. Podia sentir seu perfume, podia ouvir uma baixa respiração. Como se estivesse dormindo. Meu anjo bom.

- Você me fascina, me traz paz. É algo impossível de se evitar. É, eu te amo. E por mais que três palavras não são o bastante para tanto amor, é a melhor forma de te dizer isso. Não sei fazer serenatas, nem sei cantar. Não saberia jogar pedrinhas em janelas, nem ao menos escalar sacadas. Mas eu te amo, e se isso não for o bastante, então te dou minha vida, por mais que não seja nada importante, é tudo que tenho, é tudo que é seu. Eu sou seu. E se não for assim, apenas me diga. Por favor.

Silêncio.

Senti sua mão apertar minha camisa. Sua respiração estava ofegante, e seu coração disparava. Ela não dizia nada, ouvia. Ela segurava minha mão com força.

Eu não precisava de mais nada, nenhuma palavra. Eu sabia disso. Sabia que era verdade, e não mentia, sabia que a amava, sabia que ela era o meu amor e nada mudaria isso. Mesmo calada dizia tanto, eu só ouvia. Ela apenas se virou pra mim, me encarado.

- Se nada disso bastar eu não saberei o que fazer. Assim como não sei o que fazer sem você. Eu não vivo sem você. E faria qualquer coisa só para não te ver sair da minha vida. Eu não sei o que você tem. Eu não sei por que o amor faz isso. Mas eu te amo, e se isso não bastar, devolva-me minha vida.

Era o bastante. Eu não queria mais nada, simplesmente esqueci do mundo. Eu a tinha e isso era o bastante para que fossemos felizes pela eternidade.

A tarde chagara ao fim e nós ficamos lá, deitados à sombra da mais bela árvore daquele jardim. Apreciando o jogo de cores no céu.

Um beijo e o dia se tornara perfeito.

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