terça-feira, 27 de outubro de 2009

Outflow II


Mano, não aguento mais aula de matemática e física. Porque? Ah, por essas coisas:


Matemática: Aquela baixinha acha que é gente pra gritar comigo. É marcação, só pode. Porque eu não faço nada. Assim que eu entro em sala e vou sentar na minha linda cadeira... O grito “Sente-se aqui!”. Eu sou um ótimo aluno, sério. Tiro boas notas em seus testes e a única matéria que eu fiquei foi a dela, por causa de 8 escores. Ah, vá! Antes ela era legal comigo, até respondia meu “bom dia”. Isso é um absurdo, mano. Aí, eu sou menos educado com ela, agora – eu acho -, ela me ama muito. Engraçado é que ela escreve na metade do quadro, e ainda de salto. Mano, de salto! Como pode? Pior é quando ela vai de sapato. Um dia o professor de história - que é super alto – escreveu até o “topo” do quadro. Aí, quem teve que ir limpar, lá? Ah, o bonitinho aqui, né.
Física: Nossa, esse cara era o melhor professor do mundo. Até o mais mongol, mas gente boa. Mas acho que quando ele quando ele foi fazer o programinha dele, ninguém o quis. Agora o cara é um arrogante, muito chato. Isso quando está conversando com toda sala, pff. Ele está cansado, eu sei. Mas, mano, eu lembro o dia que ele perguntou quem da sala já trabalhava e uma pá de gente levantou o bracinho, aí o cara se revolta e grita “Vocês lá fazem porra nenhuma!” Ah, mano, rolou treta, ora mais. Até saí de sala, mas ganhei!  Até a Coordenadora tava do meu lado. Bah, e eu estava certo.Fico puto com essas coisas. Pô, mas ele é legal quando está sozinho, sabe? Ele pegou meu chaveiro, que é um patinho. Tô chamando ele de Maionese. Ele acende a luz e faz barulhinho também.


Descobri que tenho problemas de memória. Ah, mas eu sou tão jovem... Achei que minha mãe me ajudaria, mas me chamou de fresco e disse que isso é coisa da minha cabeça. Com certeza, né, mamis? Aí quando eu me esqueci de pagar a conta de luz, ela resolveu marcar um psicólogo ou psiquiatra, sei lá. Pra mim é tudo a mesma coisa, ou sou eu que não sei a diferença, tanto faz. Pois é, até parece que eu sou um velho – com todo respeito, claro. Pô, mas o negócio ta super sério, hein. Daqui a pouco eu vou esquecer até o meu próprio nome.


Pensei, pensei e pensei. Cheguei a conclusão que irei sair do meu emprego. Agora, pra quê? Estudar. É que eu vou ser doutor. Não, to brincando. É que eu não quero ficar de recuperação. E eu odeio a quarta etapa, é minha coisa pra estudar e isso me deixa doido, aff. Aí eu volto no ano que vem, eu acho. Talvez eu faça meu curso de inglês ou italiano. Eu venho pensando nisso faz tanto tempo. Acho tão bonito que fala italiano. Para mim, é uma dos mais belos idiomas. Quem sabe a Paola larga aqueles italianinhos.

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