sábado, 14 de março de 2009

Outflow.

É, pela primeira vez na minha vida, eu não quero mais ir ao médico. Antes até que era legal, tirar sangue e ganhar pirulitos. Tirar roupas para médicas gatas, tipo, Meredith. E principalmente garantir um atestado de uns três dias longe da escola. Ah, firmeza. Agora não tem mais isso, tudo... Mudou. Tirar sangue e saber que seu quadro não melhorou. Ficar levando sermão do Emanoel direto. Aliás, esse cara pensa que é quem pra falar daquela maneira comigo? Ora, eu sou um paciente. E o pior de tudo é que ele sempre me recomenda a mesma coisa: uma bombinha azul. Mano, é tudo a mesma coisa, só muda a cor. Então pra quê ficar me enchendo com isso, eu já tenho a minha, não tenho culpa de não ser azul.

Cansei da aula de Geografia, pelo menos por enquanto. Eu quase entrei numa briga por ficar fazendo papel de policial do GATE. Até que foi engraçado, o professor começou:
- Arromba! Arromba!
- Vai, mano, joga a bomba!
(barulho de explosão)
- Invade, todo mundo....
- Peraí, não abriu! Não abriu!
Pois é, não tenho culpa se a porta não abriu, eu avisei pra ele. Tive que jogar três estalinhos no rosto do Caíque pra ele deitar no chão. O professor - sinceramente, eu esqueci o nome dele. Também não tenho culpa se minha memória não é boa - ficou empurrando. Na verdade, a porta era a mesa que ele virou pra fingir que era uma porta. Aquele monstro não presta. Ah, depois quer dá uma de Ronaldo. Aliás, se o Ronaldo pode, porque ele não? Só porque ele é famoso? Ah, mas a forma, né. Não dá.

Bom, eu não sou o melhor aluno da sala, mas de pior eu estou longe, pera lá. Confesso que eu não sou uma pessoa muito amigável não. Também não vou dizer que depende de pessoa para pessoa, porque senão, eu seria a pior pessoa do mundo, mesmo. Anti-social, grosso, idiota e mais apelidos fofos que eu escuto de uns monstrinhos aí não é nada não, eu tô ligado nessas coisas. O problema é quando a pessoa não conhece e vem falar esse tipo de coisa, ah, eu fico puto. Um dia o professor de Física veio cheio de manha pro meu lado. Tá bom que ele é fresco, mas não tô nem aí. Se começou tem que aguentar, né. Ele falou que eu era muito fresco, que tinha que sentar na frente porque é melhor, pra eu prestar atenção (se liga, ele me chama de fresco e pede pra eu sentar na frente, é tipo, q). Eu presto atenção, quando eu quero claro, também aquela merda de escola não estava me preparando para eu ser o que eu queria: vagabundo. Eu sempre sentei no fundo, e nunca aprendi porra nenhuma na aula de seja lá quem for, tudo que eu aprendi foi a vida quem me ensinou. Só não me pergunte a vida de quem.

Bem, penso da morte a mesma coisa que penso das multinacionais. Ela está aí, existe, não há como evitá-la, pode até ser uma coisa boa na medida em que cria empregos e etc. - mas sou contra. Quanto à vida eterna minha preocupação não é se existe ou não, é chegar lá e encontrar os melhores lugares tomados por quem foi primeiro. Os etruscos devem ter todas as coberturas, os fenícios os terrenos do lago e a gente acaba ficando num quarto debaixo de uma escola de dança flamenca, para sempre. Mas sou um materialista agnóstico. Não acredito em nada que eu não possa pegar, apalpar, cheirar ou morder. Não acredito na Luíza Brunet, por exemplo.

Cara, eu acho que não há clima para um golpe, atualmente, no Brasil. Ainda mais em Fortaleza, onde tem chovido muito. O que dá vantagem ao sapo, como se sabe.

Grande!

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